O mundo entrou em sua nova era: sustentável, limpa e solar. Entramos no “modo de emergência”, unindo todos os esforços para recuperar o estrago causado pela emissão de CO2 na atmosfera – e as energias sustentáveis vêm sendo fundamentais para vislumbrarmos um bom futuro da Terra.
E essa importância é traduzida, cada vez mais, em números. Em reportagem publicada por Viny Mathias, para a IGN Brasil, pudemos observar uma marca incrível: em 2004 levava um ano para instalar um gigawatt de energia solar; em 2024 isso acontece uma vez por dia.
O futuro da energia parece, de fato, ter chegado com força total para essa e as próximas décadas. Nossa busca pelo aproveitamento consciente de recursos naturais de maneira menos agressiva ao meio ambiente nos levou a inovações tecnológicas que prometem mudar o planeta.
A produção de energia solar em larga escala é uma delas. Há duas décadas, instalar 1 gigawatt (GW) de energia solar demandava um ano inteiro. Hoje, essa mesma quantidade é instalada diariamente, refletindo uma transformação impressionante na capacidade do setor.
Em 2023, a capacidade instalada global de energia solar atingiu 444 GW, e estima-se que em 2024 esse número possa chegar a 574 GW, de acordo com o BloombergNEF. Algumas décadas atrás, os Estados Unidos lideravam com 77 megawatts, passando o bastão para o Japão e, subsequentemente, para a Europa. A virada veio com a China, que dominou o mercado, alcançando 253 GW instalados em 2023, metade da capacidade mundial.
“Até a chegada da China, é claro. Estima-se que em 2004 a capacidade global foi de 3,4 GW (gigawatts), quando no ano anterior foi de 2,4 GW. Ou seja, levou-se um ano inteiro para instalar 1 GW a mais.”, pontuou Viny Mathias.
O desenvolvimento da energia solar não beneficiou apenas os indivíduos e pequenas empresas com economias substanciais mensalmente nas contas de luz, mas também grandes players da indústria energética. Estados como o Texas, tradicionalmente dependentes do petróleo, começaram a diversificar suas matrizes energéticas incorporando cada vez mais energia solar – e demonstrando que a busca pelo desenvolvimento sustentável é uma possibilidade real.
Além dos governos e das indústrias energéticas, a tecnologia tem sido um motor essencial para o crescimento da energia solar. Empresas como Google, Amazon e Microsoft, que possuem vastos data centers (centrais com milhares de computadores), estão cada vez mais recorrendo à energia solar para atender suas necessidades energéticas. Em 2024, a energia solar deverá superar o gás natural em novas instalações nos Estados Unidos, com uma projeção de 36 GW, representando 58% da nova capacidade de geração de eletricidade no país.
A demanda por energia solar também está sendo impulsionada pelo desenvolvimento da inteligência artificial, que consome grandes quantidades de eletricidade. Nos últimos cinco anos, a Google foi responsável por 40% da demanda por projetos solares de grande escala nos EUA, e está expandindo suas operações para além do território americano.
Mas a China segue sendo líder absoluta na energia limpa. Em 2024, espera-se que a China seja responsável por 96% da capacidade de produção de polissilício, 90% da fabricação de células e 81% da produção de módulos, todos componentes fundamentais de um sistema de energia solar. Apesar dessa liderança, a indústria fotovoltaica chinesa enfrenta desafios significativos, como a necessidade de resgates governamentais devido a uma superprodução que levou à queda dos preços.
Mas isso não impede os gigantescos projetos chineses. Recentemente, foi inaugurada uma usina com capacidade para produção de 3,5 GW de energia solar, ou seja, cerca de 3 anos e meio (considerando os números de 2004) em apenas um projeto.
O ritmo de crescimento da energia solar é tão acelerado que as metas estabelecidas para 2030 podem ser alcançadas bem antes do previsto. A Agência Internacional de Energia projetou uma capacidade anual de 633 GW até 2030, mas com estimativas apontando para 574 GW já em 2024, essa meta está ao alcance. A tendência é que a capacidade continue a crescer, potencialmente ultrapassando 880 GW por ano até o final da década.
Até a próxima!