Em relatório divulgado recentemente, o Escritório Interno de Tecnologia, Política e Estratégia da NASA apontouque a captação de energia solar diretamente do espaço pode ser uma alternativa mais eficiente em termos ambientais e econômicos para a humanidade até o ano de 2050.

 

Em sua essência, a energia solar espacial é um conceito bastante simples. Com o uso de satélites rodeados por placas solares, os humanos poderiam aproveitar a enorme energia do sol no espaço, onde ela está disponível constantemente, sem ser afetada pelo mau tempo, cobertura de nuvens, período noturno ou as estações do ano que possuem menos sol, como o inverno, e transmiti-la para a Terra.

 

A energia solar baseada no espaço pode parecer uma ideia futurista, digna de desenhos como “Os Jetsons”, que tratam de um mundo inteiramente dominado por tecnologias que, à época, ainda não estavam disponíveis. Em 1941, foi descrita em um conto pelo escritor de ficção científica Isaac Asimov. Nas décadas seguintes, países como EUA, China e Japão exploraram a ideia, mas por anos ela foi descartada. “A economia simplesmente não fechava”, disse Martin Soltau, CEO da empresa britânica Space Solar.

 

Mas, agora, a situação é outra. Com a queda cada vez mais acentuada do valor para o lançamento de satélites, a viabilidade da operação tem sido cada vez mais discutida entre os especialistas. Há uma “convergência de diferentes tecnologias agora, justamente quando precisamos”, disse Craig Underwood, professor emérito de engenharia de espaçonaves na Universidade de Surrey, no Reino Unido. Hoje, o preço de um lançamento espacial custa cerca de 30x menos que no início dos anos 80, mas ainda não é o ideal.

 

O estudo desenvolvido pela NASA analisou dois sistemas: SPS-Alpha Mark-III (modular sugerido pelo inventor John Mankins) e Tethered-SPS (com design mais tradicional, sugerido por um grupo de pesquisadores japoneses). Os sistemas, no entanto, ainda produzem energia de maneira muito mais cara do que o que temos disponível no momento. As emissões de gases de efeito estufa, principalmente causadas pelos lançamentos necessários para colocar o sistema em órbita, também são uma preocupação significativa, dificultando a competição com alternativas de baixo carbono.

 

Os principais desafios

 

A lacuna entre a ideia e a prática ainda é grande, mas nada que deva inviabilizar o projeto – afinal, nós, seres humanos, somos reconhecidos pela grande capacidade de reinventar tecnologias a favor do avanço da humanidade. Segundo Mamatha Maheshwarappa, líder de sistemas de carga na Agência Espacial do Reino Unido, “Sabemos como construir um satélite e sabemos como construir uma matriz solar, o que não sabemos é como construir algo tão grande no espaço.”

 

Ela dá o exemplo do Burj Khalifa em Dubai, o prédio mais alto do mundo, que tem cerca de 830 metros. “As estruturas das quais estamos falando são o dobro disso”, disse Maheshwarappa à CNN. “Então, nem mesmo construímos algo tão grande no chão, quanto mais no espaço.”

 

As tecnologias de Inteligência Artificial e robótica também são um problema. Apesar de incrivelmente avançadas, a manutenção desses dispositivos exige muito mais do que temos disponível atualmente. Ainda segundo Maheshwarappa, “As tecnologias habilitadoras ainda estão em um nível muito baixo de prontidão tecnológica”.

 

Mas isso não quer dizer que estejamos longe de conseguir. Há um cenário de muito otimismo entre os pesquisadores, que garantem que muitas das atividades necessárias para viabilizar a energia solar espacial já estão em desenvolvimento pela agência espacial estadunidense.

 

E você, caro leitor, acredita que poderemos ser supridos por energia vinda diretamente do espaço nos próximos anos? Por aqui, vemos essa movimentação com muita ansiedade – afinal, toda energia sustentável que possa ajudar o planeta é sempre muito bem-vinda!

 

Para ficar sempre de olho nas novidades do mercado solar, assine a nossa newsletter!

 

Até a próxima!